quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Meu grito desesperado....



Cláudia Cristina Silva de Oliveira
São Gonçalo, RJ

Alguém pode me ouvir?
Pode alguém me ouvir?
Será que alguém me ouve?
Alguém será que me ouve?
Meu grito, minha dor, meu desespero assolador,
Minha angústia, meu temor, meu choro estarrecedor,
Minha alma abatida, como dói minha dor;
Meu espírito abatido, como dói meu interior...

Alguém pode me ouvir?
Pode alguém me ouvir?
Será que alguém me ouve?
Alguém será que me ouve?
Meu pranto, meu canto de dor,
Meu Deus! Onde estou?
Minha dor me consome,
Minha alegria some,
Meus amigos estão longe,
Mais longe estão os que amo!
Por quem esperava tanto
Não tenho nem o meu sol!

Alguém pode me ouvir?
Pode alguém me ouvir?
Será que alguém me ouve?
Alguém será que me ouve?
Há tanta falta de amor,
a compreensão partiu algum tempo...
Há tantos sonhos perdidos,
a cabeça não os guarda mais...
Restaram apenas sobras de nada...

Alguém pode me ouvir?
Pode alguém me ouvir?
Será que alguém me ouve?
Alguém será que me ouve?
Estou cansada de procurar...
Cansei de esperar...
Esperança, fé, amor...
Para onde enfim foi todo o esplendor?

Meu grito desesperado:
O DESEMPREGO CHEGOU!!!

Deus me salve, vagabundo sei que não sou,
Embora poucos entendam meu grito de dor;
Sei que sou um jovem trabalhador;
Um jovem cheio de sonhos, de muito valor;
Uma jovem mente brilhante a espera de uma porta aberta
Ou até mesmo de uma fresta;
Um jovem que não se conforma apenas com os sonhos que tem,
Mas luta em querer concretizá-los;
Um jovem acusado de descaso e preguiça;
Mas TU, bem conheces a minha lida.

Meu grito desesperado: O
DESEMPREGO CHEGOU!!!

Deus me salve, sei que sou apenas um jovem;
Não tenho filhos nem boca para saciar,
Não tenho dívidas a pagar; sei que
ainda posso esperar, pois solteiro ainda sou;
tenho família e casa pra morar;
tenho uma vida sossegada, não posso disso reclamar...
Mas sou jovem persistente,
Quero meu sonho realizar;
ter o meu próprio emprego e a outros ajudar!
Quero apenas trabalhar...

(Escrito por uma jovem recém-formada, que descobriu
no desespero de 10 meses sem emprego uma nova lição:
“Posso ajudar outros em semelhante aflição.”)

Revista Atitude - Terceiro Trimestre de 2005

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